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Conheça Carla Ayres: diversidade na política

Foto do escritor: tribunagancheiratribunagancheira

A política catarinense precisa de renovação. Nos últimos anos, novos nomes têm surgido no cenário político estadual dando luz e voz à diversidade de públicos muitas vezes ainda excluídos da política. Um exemplo é a vereadora de Florianópolis Carla Ayres (PT). Mestre e Doutoranda em Sociologia Política pela UFSC, ativista da causa LGBTI+, essa paulista que adotou SC como seu lar, entende a política como um processo para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e igualitária. Em 2016 concorreu para a Câmara de Florianópolis pela primeira vez. Em 2018 foi candidata a deputada estadual e em 2020, foi eleita vereadora. Nesta entrevista para a Tribuna Gancheira, ela fala de impactos da mudança na Lei da Mata Atlântica para nossa região e convida as juventudes a participarem da política.


TG - Com a mudança na lei da Mata Atlântica no 1o semestre deste ano, dando mais autonomia a municípios, que riscos você vê para nossos municípios catarinenses? As áreas de proteção ambiental, e no nosso caso, a APA Anhatomirim, estariam ameaçadas?

Carla - Considerando que o estado de Santa Catarina está 100% inserido em território considerado bioma da Mata Atlântica, esta alteração afeta significativamente nossos municípios. Especialmente, pelo fato de que as emendas que foram inseridas na Lei dão certas autonomias aos municípios em relação a corte de vegetação, retira necessidades de compensações ambientais e favorece loteamentos.


TG - GCR assim como Florianópolis estão revendo seus planos diretores. Em tempo de mudança climática, que cuidados os municípios precisam ter na revisão de seus planos para a próxima década?

Carla - As responsabilidades que a nova Lei da Mata Atlântica repassa aos municípios, demandam ainda mais a necessidade de elaborações responsáveis dos Planos Diretores. Para que eles se estruturem de fato com o que objetiva o Estatuto das Cidades sobre o estabelecimento de "normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental."

Neste sentido, as revisões dos planos diretores precisam levar em consideração a capacidade e suporte de seus municípios, a manutenção de áreas verdes de lazer, o cuidados com as áreas de urbanização especial, ampliação da rede de coleta de saneamento básico, etc.


TG - A juventude está desmotivada da política. Você representa parte da nossa juventude progressista que acredita na importância transformadora da política. O que te fez entrar na política partidária e que mensagem pode dar aos jovens de GCR?

Carla - Primeiro, agradeço o reconhecimento da nossa representação. E acredito que são vários fatores que me fizeram entrar "na política". Desde muito jovem sempre tive em minha volta pessoas ligadas "à política" que me transmitiam confiança, referência e credibilidade. Especialmente em minha adolescência, professora vereadora, pai de amigo presidente de partido, etc. Isso me levou para estes espaços, e por isso estando hoje em locais de representação procuro olhar para trás e agir - minimamente - tendo como referência atitudes que me inspiravam.


TG- O que você mais gosta no nosso município? Como espera que ele esteja na próxima década?

Carla - GCR tem características muito próximas de Floripa, no que diz respeito à natureza, organização geográfica, paisagem, etc. Temos problemas e possibilidade de soluções muito parecidos, isso me encanta e também me desafia.

No ano passado, fui candidata a Deputada Federal - fiquei como 1ª suplente do meu partido. No processo eleitoral, e depois dele, visitei algumas vezes GCR não "só pra pedir votos" (e aproveito para agradecer os que tive), mas também para seguir me colocando ao lado da população para pensarmos que na próxima década possamos desenvolver ainda mais um município que garante preservação ambiental, dignidade à população, desenvolvimento de um turismo sólido de base comunitária e sustentável.




 
 
 

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