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Hora de avançar pelo bem do Brasil

Foto do escritor: tribunagancheiratribunagancheira

Dilermando Toni*


A disputa pelos rumos do Brasil, que acontece na arena política, tem sido cheia de altos e baixos, idas e vindas, em um quadro sem grandes rupturas. A novidade, de 20 anos para cá, tem prevalecido na maior parte do tempo, um dos polos dessa disputa que é composto por forças que, além de progressistas têm viés popular, caracterizadas como forças de esquerda, mais especificamente, o PT, o PCdoB, o PV que hoje formam a Federação Brasil da Esperança, além do PSB, PSOL, PDT. Em torno desses partidos se juntou boa parte do centro político e mesmo partidos conservadores naquilo que consiste numa frente ampla, costurada com maestria pelo líder maior dessa articulação política - o presidente Lula.


A vitória na disputa eleitoral presidencial foi tão grande quanto difícil tendo daí emergido um quadro contraditório: um executivo progressista e um parlamento altamente conservador. Conseguir governar em uma situação dessas, em um sistema que não é bem presidencialista nem parlamentarista, tem se mostrado muito difícil, obrigando frequentemente o governo de Lula a manobras defensivas. Até aqui nenhuma novidade.

Acontece que nestes oito meses transcorridos desde a posse, uma ação combinada do novo governo e da cúpula do Judiciário brasileiro, em nome da defesa e do fortalecimento da democracia, passaram a cobrar as consequências legais dos inúmeros atos golpistas, de corrupção, falsificação de documentos ou ainda negacionistas do governo derrotado de Jair Bolsonaro. Assim, manifestantes e financiadores dos atos golpistas estão presos e sendo condenados, o entorno do ex-presidente em boa parte está preso, a cúpula golpista da PM do DF também está presa, ou ainda se coloca a possibilidade de Bolsonaro ser preso.


Tudo isso, ao lado de revelações sobre tentativas de influenciar o resultado do pleito pela ação dirigida da Polícia Rodoviária Federal ou pela burla das urnas eletrônicas, se constitue num amplo libelo acusatório cuja resultante é a colocação na defensiva da extrema direita no país. A novidade é que a situação política brasileira passa por um momento de viragem no qual as forças progressistas e os movimentos sociais já começam a avançar e a vislumbrar um quadro mais favorável a elas.

Essa nova correlação de forças, se bem trabalhada poderá trazer muitas coisas boas para a democracia e a economia do Brasil. Pode mesmo influenciar os resultados da eleição do ano que vem. Pode mesmo tornar neutralizável boa parte do Congresso brasileiro. Isso é o que faz Lula agora, se empenhando em ampliar a base de sustentação de seu governo.

Dizem os manuais militares que quando o inimigo avança nós temos que recuar, quando ele para temos que combatê-lo e quando ele foge temos que persegui-lo. Sem precipitações e com sabedoria, saibamos colher as vantagens que a nova situação política vai oferecendo.


*Dilermando Toni é aposentado, escritor e morador da Caieira do Norte.


 
 
 

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